O dia 1º de dezembro marca o Dia Mundial de Luta contra a AIDS. Assim como acontece com o Outubro Rosa, sobre o câncer de mama, e Novembro Azul, sobre o câncer de próstata, o Dezembro Vermelho tem como objetivo chamar atenção para as medidas de prevenção, assistência, proteção e promoção dos direitos das pessoas infectadas com o HIV. A campanha do dezembro vermelho, seguido pelo laço vermelho, busca a conscientização e a informação a respeito da AIDS doença que ainda mata muitas pessoas ao redor do mundo. O principal intuito da campanha é informar sobre os sintomas, perigos, formas de contágio e prevenção da AIDS, além de combater os olhares preconceituosos da população a respeito da doença. Não só o dia 1º como todo o mês de dezembro é voltado à campanha contra a Aids é necessário ressaltar a importância da desconstrução do preconceito sobre as pessoas vivendo com HIV/aids e a conscientização dos jovens sobre comportamentos seguros de prevenção.
O Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS (UNAIDS) anunciou que “ EQUIDADE JÁ” será o tema do Dia Mundial da Luta Contra a AIDS.
Segundo a organização, a campanha deste ano é um convite para que todos nós ponhamos em práticas as ações efetivas necessárias para combater as desigualdades e, assim, ajudar acabar com a AIDS. Encorajando a cada um de nós a se contrapor às desigualdades que estão impedindo o progresso para acabar com a AIDS. Neste Dia Mundial da AIDS precisamos que todas pessoas estejam envolvidas e compartilhem a mensagem de que todo mundo se beneficia quando enfrentamos as desigualdades.
Estas ações incluem:
Vírus
O HIV (Vírus da Imunodeficiência Humana) é um vírus que se espalha por meio de fluídos corporais, e afeta células específicas do sistema imunológico, conhecidas como células CD4, ou células T. Os fluidos biológicos considerados de maior risco são o sangue, líquidos orgânicos contendo sangue, sêmen e secreção vaginal .
Sem o tratamento adequado, ele destrói essas células tornando o organismo vulnerável e incapaz de combater infecções e doenças, situação denominada de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS). Muitos indivíduos soropositivos vivem durante anos sem desenvolver a doença, mas podem transmitir a outras pessoas, principalmente por meio de relações sexuais desprotegidas, bem como por meio não sexual, mediante o compartilhamento de seringas contaminadas ou até mesmo de mãe para filho durante o parto ou amamentação. A infecção possui progressão relativamente lenta, podendo o indivíduo permanecer assintomático por 10 anos ou mais. No Brasil, em 2020, as estimativas eram que existam cerca de 870 mil pessoas vivendo com HIV/AIDS, entre as quais cerca de 12 mil vão a óbito anualmente.
Apesar de ter surgido há mais de quatro décadas, a AIDS ainda representa um grande desafio à saúde pública. Atualmente, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde.
O número de casos de AIDS entre jovens de 15 a 24 anos tem crescido nos últimos dez anos: as taxa de detecção de casos de AIDS entre jovens do sexo masculino nesta faixa etária mais que dobraram em uma década: 3 para 7 casos por 100 mil habitantes (15 a 19 anos) e de 15,6 para 36,2 casos por 100 mil habitantes (20 a 24 anos)—os dados são do Boletim Epidemiológico de HIV 2018, divulgado pelo Ministério da Saúde. Entre mulheres, as taxas têm mostrado uma tendência de queda em quase todas as faixas etárias.
O Brasil hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de renda média e baixa. Apesar disso, a adesão ao tratamento disponível gratuitamente pelo SUS ainda é um desafio. Das pessoas estimadas vivendo com HIV no país, 84% já fizeram o teste de HIV; destas, 75% estão em tratamento para o HIV; e, dentro deste grupo de pessoas em tratamento, cerca de 92% apresentam carga viral indetectável.
Mesmo com toda a estrutura e medicamentos disponíveis, há um número importante de quase 200 mil de pessoas diagnosticadas com HIV e que, por diversos motivos, não se encontram em tratamento. Os jovens vivendo com HIV estão entre os que apresentam os menores níveis de adesão ao tratamento antirretroviral. A plataforma da Web (Deu Positivo, e Agora? )surge como uma resposta a deste desafio e busca engajar os jovens oferecendo informações corretas sobre HIV, em linguagem acessível e livre de estigma e discriminação.
Aids:
Aids é a doença causada pela infecção do Vírus da Imunodeficiência Humana (da sigla em inglês HIV). Esse vírus, do tipo retrovírus, ataca o sistema imunológico, que é o responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são os linfócitos T CD4+. O vírus é capaz de alterar o DNA dessa célula e fazer cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção. Com o passar do tempo, o número de vírus na corrente sanguínea torna-se cada vez maior enquanto o número de linfócitos CD4+ cada vez menor. Este processo de destruição é bem lento e gradual, permitindo que os pacientes permaneçam assintomáticos por muitos anos. Isto significa que as pessoas podem ser portadoras do HIV por muito tempo sem necessariamente desenvolver a doença AIDS.
Ao contrário do que muita gente pensa, ser portador do vírus HIV não é igual a ter AIDS. Para o diagnóstico de AIDS é preciso, além da contaminação pelo HIV, a existência de pelo menos uma doença causada pelo quadro de imunossupressão. São as chamadas infecções oportunistas, que acometem o organismo do paciente HIV+ não tratado. Na verdade, o vírus HIV em si provoca poucos sintomas. A gravidade da doença está nas chamadas infecções oportunistas, que são aquelas que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico para se desenvolver.
Transmissão:
Os pacientes soropositivos, que têm ou não Aids, podem transmitir o vírus a outras pessoas pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento de seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação, quando não tomam as devidas medidas de prevenção. Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger em todas as situações.
Logo após a contaminação pelo vírus podemos ter um quadro chamado de infecção aguda pelo HIV, que nada tem a ver com a AIDS. É um quadro semelhante a qualquer virose comum, que o ocorre por uma reação do corpo à presença de um vírus novo.
Diversos estudos já demonstraram, que pacientes infectados que fazem uso diário da medicação, em uso regular de antirretroviral, apresentam níveis indetectáveis de HIV no organismo, fazendo com que a pessoa que vive com o vírus, deixe de transmitir a outras pessoas. Supressão de carga viral: quando a TAR diminui a carga viral de uma pessoa para menos de 200 cópias/ml, isso é chamado de “supressão viral”. Ter supressão viral impede a transmissão sexual do HIV, ao mesmo tempo que melhora a saúde de uma pessoa que vive com o HIV.
Sintomas:
Os sintomas da infecção inicial pelo HIV mais comuns são:
Prevenção da Aids/HIV e das IST:
O uso do preservativo (masculino ou feminino) em todas as relações sexuais (orais, anais e vaginais) é o método mais eficaz para evitar a transmissão das IST, do HIV/Aids e das hepatites virais B e C.
A prevenção combinada abrange o uso do preservativo masculino ou feminino, ações de prevenção, diagnóstico e tratamento das IST, testagem para HIV, sífilis e hepatites virais B e C, profilaxia pós-exposição ao HIV, imunização para HPV e hepatite B, prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatite B, tratamento antirretroviral para todas as pessoas vivendo com HIV, redução de danos, entre outros.
Exame de investigação e seguimento do HIV:
O teste rápido (TR) de HIV é realizado a partir de uma amostra de sangue e o resultado fica pronto em até 30 minutos.
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PCR QUANTITATIVO HIV: O exame HIV Quantitativo por PCR – Carga Viral é realizado a partir da análise de amostra de sangue e o resultado é liberado em uma semana. Indica, mensura a quantidade de vírus existemnte no sangue do paciente. Sem entrar em detalhes técnicos: o laudo que o exame fornece é o número de vírus por mm3/sangue. No caso de pacientes em TARV o importante é se este número está caindo ou "zerado" ou aumentando. São realizados semestralmente ou assim que solicitado pelo médico que assiete o paciente soro positivo.
Tratamento:
Todas as pessoas diagnosticadas com HIV têm direito a iniciar o tratamento com os medicamentos antirretrovirais, imediatamente, e, assim, poupar o seu sistema imunológico. Esses medicamentos (coquetel) impedem que o vírus se replique dentro das células T CD4+ e evitam, assim, que a imunidade caia e que a Aids apareça.
Estatística:
Pacientes vivendo com HIV em Laranjeiras do Sul:
No ano de 2022 tivemos 4 casos novos HIV, destes 3 masculinos e 1 feminino. Tivemos 4 pacientes gestantes em tratamento antirretroviral, que foram acompanhada durante todo período gestacional, receberam profilaxia ARV no pré-parto, com isso no vigente ano tivemos o nascimento de 4 RN expostos ao HIV, que são acompanhados pela equipe de saúde da SEMUSA, conforme é preconizado no PCDT para prevenção da transmissão vertical do HIV. Seguindo os protocolos de manejo para atendimento integral de RBN expostos, foram realizados exames PCR quantitativo HIV e após a realização de 3 coletas de sangue para exames de biologia molecular PCR quantitativo HIV obtivemos resultado esperado com laudo final não detectável.
Fonte: Cristian Ricardo Pinto (Coordenador do programa HIV-AIDS-SEMUSA)
Postado por: Leonardo - Laranjeiras do Sul
01/12/2022