As máquinas avançam na colheita da segunda safra de milho no Paraná e já tiraram do campo mais de 11% do que deve ser produzido nos 2,25 milhões de hectares dedicados à cultura nesta temporada. Em condições dentro da média histórica, seria comum que com a oferta maior do produto as cotações do cereal tivessem queda nessa época do ano. Mas não é o que está acontecendo. Nesta segunda-feira (20), praticamente todas as principais praças paranaenses praticam preços na casa dos R$ 40 a saca.
O técnico Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico e Econômico (DTE) da FAEP, aponta que o principal fator para explicar essa conjuntura incomum é o dólar alto (R$ 5,38 neste dia 20 de julho). “O dólar está em patamar bastante elevado, apresenta uma alta de 41% em relação ao mesmo período do ano passado. É uma relação bastante direta. A alta do dólar é bem parecida com a alta do preço da saca, que subiu 43% na comparação julho de 2020 com julho de 2019”, reflete.
Outro aspecto importante, para Ferreira, é a quebra da safra no Paraná. A estimativa era que o Estado poderia produzir até 13,9 milhões de toneladas. Essa previsão foi reduzida pelo Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), para 11,4 milhões de toneladas. “ A perspectiva de produção menor é algo em torno de 15%. A explicação para isso vai desde o ataque da cigarrinha até problemas climáticos”, detalha o técnico.
Ferreira pondera que a colheita ainda está no começo e que é preciso olhar com cautela para esses preços. “Temos em torno de 11% da área colhida, com uma comercialização bem avançada, com cerca de um terço do que deve ser colhido já negociada. Isso é um recorde histórico e mais um fator que contribui para termos preços do milho elevados”, diz. “É cedo, mas dá para dizer que essa faixa de preços tende a se manter e compensar pelo menos em parte a perda na produção”, completa.
Fonte: Faep
Postado por: Jefferson Silva
21/07/2020