Pela primeira vez, as caravanas de cooperativistas de todo o Paraná se dirigiram a uma cidade do interior para participar do tradicional Encontro Estadual que, desde a década de 1970, quando foi criado, vinha sendo realizado apenas em Curitiba. Nesta sexta-feira (06/12), os grupos foram recebidos no Centro de Eventos da Cooperativa Lar, em Medianeira, na região Oeste. Cerca de 40 ônibus se deslocaram para lá para levar cerca de duas mil e oitocentas pessoas, entre cooperados, colaboradores, dirigentes, demais lideranças ligadas ao cooperativismo paranaense, seus familiares e convidados. A região de Laranjeiras do Sul, foi representada por uma delegação da cooperativa de Produtores de Sementes Coprossel.
As 216 cooperativas paranaenses vinculadas ao Sistema Ocepar seguem apresentando resultados positivos a cada e ano e em 2019 não foi diferente, de acordo com o levantamento preliminar apresentado pela entidade no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses. Em relação à 2018, o faturamento alcançado pelo setor registrou crescimento de 1,67%, já que no ano passado a movimentação econômica atingiu R$ 83,7 bilhões. Atualmente, as cooperativas do Paraná possuem mais de dois milhões de cooperados e 107 mil profissionais contratados.
PRC 100 - O presidente do Sistema Ocepar também destacou que, dando continuidade ao Plano Paraná Cooperativo (PRC100), o planejamento do setor, as cooperativas do Paraná mantêm o propósito de atingir R$100 bilhões de movimento econômico ao ano. Ele ressaltou ainda que a opção do setor sempre foi pelo desenvolvimento das pessoas, cooperados, cooperativas e comunidades. “Esse é o nosso compromisso. Sempre com organização econômica e responsabilidade social”, acrescentou.
Reforma tributária - Ricken lembrou também da necessidade de implantação de medidas que possibilitem às cooperativas recuperar créditos tributários acumulados. “Precisamos encontrar formas junto ao governo federal, no âmbito da reforma tributária, para a recuperação dos créditos tributários acumulados nos balanços das cooperativas referente às exportações, que poderiam alavancar projetos de inovação, tão necessários para nosso setor. Sabemos da complexidade do assunto, mas nos colocamos a disposição para estudar formas para solucionar a questão. É importante observar que o setor cooperativo opera com produtos de grande demanda por financiamento, baixa rentabilidade e grande risco climático. Em média, as margens não ultrapassam de 2 a 4% sobre o movimento econômico. Nos causa grande preocupação a iniciativa de algumas Unidades Federativas que defendem a revogação da Lei Kandir e a tributação sobre as exportações. Isso já foi testado em países vizinhos e causou enormes prejuízos aos produtores e cooperativas”, afirmou.
Estratégia voltada para a sanidade animal abrirá mais e importantes mercados para o PR
Da agenda da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, nesta sexta-feira (06/12), em Medianeira (PR), constou a assinatura da Instrução Normativa nº 63, que separou o Paraná da Zona Livre de Peste Suína Clássica (PSC) formada por outros 13 estados do sudeste, centro-oeste, incluindo alguns do nordeste e de parte do Amazonas. “O Paraná foi retirado desse grupo, porque está fazendo o dever de casa. Estivemos aqui há pouco mais de um mês formalizando a suspensão da vacinação contra a febre aftosa do rebanho bovino. Então, saindo deste bloco (da PSC) ele fica sozinho em busca do reconhecimento da OIE, no caso da condição de área livre de aftosa sem vacinação. Assim que tivermos isso, o estado vai ter todos os benefícios provenientes desse status”, enfatizou.
Ganhos - Tereza Cristina citou, entre os benefícios que virão em decorrência da comprovação de sua condição sanitária, a exportação para muitos países, não só de carne suína, mas de bovina também. “Por exemplo, o Japão diz que vai importar, mas não importa, porque quer comprar de estados que também estejam livres de aftosa sem vacinação. Isso dá um ‘upgrade’ ao estado do Paraná, que tem feito o dever de casa e que o Ministério da Agricultura tem apoiado”, acrescentou.
Prestígio - A ministra disse que, em quase um ano do novo governo do Brasil, “trabalhamos muito junto com as cooperativas e fizemos muitas coisas interessantes para o setor no Brasil, e para o Paraná, que tem o cooperativismo em seu DNA. Por isso, eu não poderia deixar de estar aqui com todo o sistema cooperativista do estado nessa reunião tão importante. Então, eu fico muito feliz de passar pouco mais de uma hora aqui com vocês para dizer que este é o sistema que dá certo. Então, temos de prestigiar o que está dando certo e trabalhar para que ele continue crescendo não só no Paraná, mas que possamos levar o cooperativismo que dá certo para todo o Brasil”.
Condição - Por intermédio da Instrução Normativa nº 25, de 25 de julho de 2016, a OIE reconheceu que o Paraná, Acre, Bahia, Espírito Santo, Goiás, Mato grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo, Sergipe, Tocantins e parte do Amazonas como livre da febre suína clássica. O setor produtivo paranaense, por meio de suas entidades e do próprio governo estadual, se mobilizou para se desmembrar do bloco. A medida se justifica porque o grupo faz fronteira com regiões que ainda enfrentam problemas com a presença do vírus de PSC. E, caso ocorra uma reintrodução da doença no norte da zona livre, o Paraná perde o status, mesmo tendo uma estrutura sanitária efetiva contra a doença.
Próximo passo - O gerente de Desenvolvimento de Técnico da Ocepar, Flávio Turra, disse que no dia 13 de dezembro próximo, deverá ser oficializado, por intermédio do Ministério da Agricultura, o pleito do Paraná junto à OIE para reconhecimento do desmembramento do estado do grupo livre de PSC, do qual fazia parte. Isso deve ocorrer em maio de 2020, durante reunião extraordinária da entidade internacional. O Paraná integra a região sul que responde por 90% do mercado de carne suína no país. E 95% dos volumes exportados de carne suína têm origem nesta região.
O governador do Paraná, Ratinho Junior, comemorou a assinatura da instrução normativa n° 63, que “isolou” o estado como área livre de peste suína clássica (PSC). A medida retirou o Paraná de bloco que incluía outros 13 estados, alguns deles próximos a locais onde foram registrados focos da doença. A decisão do Ministério da Agricultura (Mapa) evita que a incidência de PSC em outros estados, cause restrições à comercialização de produtos paranaenses. “É uma medida importante estrategicamente para o Paraná, que é o segundo maior produtor de carnes suínas do Brasil, muito perto de se consolidar também como líder nesta cadeia produtiva”, afirmou, durante entrevista coletiva no Encontro Estadual de Cooperativistas Paranaenses, nesta sexta-feira (06/12), no Centro de Eventos da Lar, em Medianeira. “É uma chancela que contribui para os negócios das cooperativas e com a venda de seus produtos, já que o mundo, principalmente a China, está comprando muitos alimentos do Brasil e do Paraná. A medida colabora para que os produtores paranaenses possam ser os grandes protagonistas da produção de alimentos do planeta”, disse.
Na avaliação do secretário Estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, a Instrução Normativa n° 63, assinada pela ministra da Agricultura, Tereza Cristina, é um indicativo de credibilidade e segurança ao mercado, e vai garantir a continuidade dos projetos agroindustriais da suinocultura paranaense. “É uma medida salutar para o futuro da pecuária, pois existem megainvestimentos em execução, alguns deles realizados por cooperativas, que vão ter seguimento e trarão oportunidade de renda para milhares de produtores, com a transformação de grãos em proteína animal, o que confere maior valor agregado à produção”, afirmou,
Investimentos - O governador também enfatizou a importância do anúncio das cooperativas do Paraná, que estimam investimentos de R$ 3,8 bilhões a partir de 2020. Para Ratinho Junior, ao ampliar o volume de recursos destinados, principalmente, a projetos agroindustriais, armazenagem e logística, o setor demonstra seu potencial como gerador de renda e empregos em todas as regiões do estado. “Das dez maiores cooperativas da América Latina, seis são paranaenses. Além delas, existem mais de 200 médias, micro e pequenas cooperativas, que ajudam a industrializar alimentos, ampliam o valor agregado da produção de associados e impulsionam a nossa economia”, enfatizou. Segundo Ratinho Junior, o estado está num patamar diferenciado de crescimento. “Até novembro, o Paraná gerou 66 mil novos empregos com carteira assinada. Os investimentos privados vão fechar o ano acima de R$ 22 bilhões, e a indústria paranaense vai crescer 6,7%, maior do que a estimativa de expansão da China, estimada em 5,5%”, concluiu.
Fonte: OCEPAR
Postado por: Jefferson Silva
07/12/2019