Nesta quarta-feira, 26, o Ponto de Cultura, projeto desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento Regional do Sudoeste do Paraná, em convênio com a Itaipu Binacional e em parceria com a Universidade Federal da Fronteira Sul, campus Laranjeiras, realizou a soltura de peixes em um lago utilizado para o cultivo de agrião na Casa de Repouso São Francisco de Assis, o asilo de Laranjeiras do Sul.
A ação faz parte de uma estratégia de controle biológico do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya, zika vírus e até febre amarela, sem a necessidade do uso de produtos químicos.
O lago, por suas condições ambientais, poderia se tornar um criadouro de larvas do mosquito. A solução encontrada foi a introdução de peixes que se alimentam dessas larvas, interrompendo o ciclo do inseto e reduzindo o risco de transmissão de doenças.
Em entrevista à Campo Aberto FM, o professor Marcos Weingartner, do curso de Engenharia de Aquicultura da UFFS, informou que para evitar que o lago do asilo onde está a plantação de agrião se torne um criadouro de larva de mosquito da dengue, foi colocado no local a espécie de peixe chamada popularmente de barrigudinho. Segundo ele, “essa espécie, que está sendo pesquisada na universidade, come as larvas de mosquito, e dessa forma ajuda no combate à dengue”.
Conforme Ricardo Callegari, coordenador do projeto, “nosso objetivo é promover uma solução sustentável, que una saúde pública e preservação ambiental. Em vez de recorrer a produtos químicos, que podem afetar o cultivo do agrião e o ecossistema local, utilizamos peixes como controle natural”.
Ainda conforme ele, “a ação foi possível graças ao apoio da Itaipu Binacional, que vem investindo em projetos ambientais e comunitários na região, e da Universidade Federal da Fronteira Sul que contribuiu com conhecimento técnico para viabilizar o projeto”.
Ele ressalta que “essa parceria é fundamental para ampliarmos o impacto positivo dessas iniciativas. O envolvimento da UFFS garante suporte técnico e científico, enquanto a Itaipu viabiliza ações concretas que fortalecem a sustentabilidade local”.
Além da questão sanitária, a iniciativa também beneficia a produção agrícola e a qualidade da alimentação dos moradores da Casa de Repouso São Francisco de Assis. Para a engenheira agrônoma, envolvida no projeto, Sandra Gnoatto, “o agrião cresce em contato direto com a água, então manter esse ambiente equilibrado e livre de agentes químicos é essencial para garantir um alimento saudável. Os peixes ajudam a preservar essa qualidade sem prejudicar o cultivo”.
A equipe do Ponto de Cultura seguirá monitorando os resultados da iniciativa e buscando expandir o método para outros locais estratégicos da região. A expectativa é de que essa experiência sirva como modelo para outras ações de controle biológico da dengue, integrando saúde, meio ambiente e segurança alimentar.
Fonte: Ponto de Cultura/Jornalismo
Fotos: Cauê Gnoatto
*Barrigudinho*
Poecilia reticulata, popularmente chamado de barrigudinho, é um peixe ornamental, originário das Américas Central e do Sul, com vida de aproximadamente 2 anos, o macho adulto podendo chegar a 4 cm, e a fêmea a 7 cm. Pode ser facilmente encontrado em rios do Sudeste, Norte e Nordeste do Brasil, mesmo poluídos, sendo muitas vezes confundido com girinos, quando pequenos. Também pode ser encontrado em pequenos riachos e lagos de diversos tamanhos. O peixe foi introduzido no Brasil para combater a dengue e a malária. Por ser um comedor de superfície e adorarem alimentos vivos como as referidas larvas, estão sendo usados para combater o mosquito da dengue com muito sucesso. (Wikipédia)
Fonte: Departamento Jornalismo
Postado por: Jakeline - Laranjeiras do Sul
27/03/2025