Eddie Van Halen, o guitarrista da banda que leva seu sobrenome, morreu ontem, aos 65 anos. Ele não resistiu a complicações de um câncer de garganta, contra o qual lutou na última década. No mundo da música, Eddie Van Halen foi mais uma baixa de peso neste ano de 2020, já ano carregado de baixas – e não apenas por coronavírus.
Coube a Wolf Van Halen, filho de Eddie, dar a notícia. “Não acredito que estou tendo que escrever isso, mas meu pai, Edward Lodewijk Van Halen, perdeu sua longa e árdua batalha contra o câncer essa manhã. Ele era o melhor pai que eu poderia pedir para ter. Cada momento que eu compartilhei com ele dentro e fora do palco foi um presente. Meu coração está partido e eu não acho que jamais me recuperarei totalmente dessa perda. Eu te amo muito, pai”, escreveu Wolf, baixista do Van Halen desde 2006.
Nascido em Amsterdã, Holanda, em 26 de janeiro de 1955, Edward Lodewijk Van Halen é filho do clarinetista e pianista holandês Jan Van Halen. Seu nome do meio, “Lodewijk”, é o equivalente holandês de “Ludwig” em homenagem ao compositor alemão Ludwig Van Beethoven. Quando Eddie tinha 7 anos, a família se mudou para os Estados Unidos. Ele começou na música tocando piano, enquanto seu irmão mais velho, Alex, tocava guitarra. Mas tocar piano não se mostrou algo interessante para Eddie. Ele acabou comprando uma bateria.
Curiosamente, os dois irmãos Van Halen trocaram de instrumento nos anos 70. Eddie tocava bateria e teclado e Alex tocava guitarra e estudava teclado. Com o tempo, Alex ficou melhor que Eddie na bateria, e Eddie passou a treinar guitarra. Superou-o de longe. Quando adolescente, Eddie costumava praticar enquanto passeava em casa com a guitarra amarrada ou sentado em seu quarto por horas — e de porta fechada.
A banda dos dois irmãos, criada em 1972, passou a se chamar Van Halen em 1974. O grupo começou a fazer sucesso em clubes de West Hollywood. Já com o primeiro álbum, ‘Van Halen’ (1978), Eddie começou a mostrar sua habilidade frenética na guitarra, uma mistura de glam rock e heavy metal, marcada pela velocidade, e também pelo “tapping”, a técnica de tocar o instrumento batendo com as duas mãos nas cordas na altura do braço. Suas principais influências, segundo entrevistas dele próprio, foram Eric Clapton e Jimmy Page.
O auge do Van Halen veio com o disco ‘1984’, no mesmo ano, que rendeu uma indicação ao Grammy e levou o single ‘Jump’ a ser o primeiro da banda no primeiro lugar das paradas pop dos EUA. Entre 1986 e 1995, o grupo lançou quatro discos consecutivos que alcançaram o número 1 das paradas nos Estados Unidos.
Eddie ficou famoso tocando guitarra à frente do Van Halen, mas fez diversas participações com outros artistas. A mais conhecida é em ‘Beat it’, um dos maiores hits de Michael Jackson - e esse teria sido um dos motivos para a saída, bastante comentada na época, de David Lee Roth da banda, em 1984. Em 2012, Eddie ficou em primeiro lugar em uma enquete entre leitores da revista ‘Guitar World’ para eleger o melhor guitarrista de todos os tempos.
Perdas
Nas redes sociais, muitos fãs e personalidades – como o baixista Gene Simmons, do Kiss – lamentaram a morte de Eddie Van Halen. E criou-se a ideia de que o guitarrista vai integrar uma banda com o cantor Little Richard e o baterista Neil Peart, outras lendas da música que também se foram neste ano.
Peart, ex-baterista da banda Rush, morreu aos 67 anos, em 7 de janeiro, vítima de um câncer no cérebro. É constantemente citado como um dos três melhores bateristas de todos os tempos, com John Bonham (Led Zeppelin) e Keith Moon (The Who). O excêntrico Little Richard, por sua vez, foi um ícone do Rock ‘n’ Roll dos anos 50. Ele morreu no dia 9 de maio, aos 87 anos, também de câncer.
Outras perdas sentidas neste ano foram a de Allan Merrill, autor de ‘I Love Rock ‘n’Roll’, um dos hinos do rock, que morreu em 29 de março, com 69 anos. Alan foi uma das primeiras vítimas famosas do coronavírus. Um dia depois, morreu Bill Withers, aos 81 anos, autor de ‘Ain’t No Sunshine’, de causas naturais. No mesmo mês, mas dias antes, havia sido a vez de Kenny Rogers, 80 anos, ícone da música country. Em abril, no dia 21, morreu o alemão Florian Schneider, um dos fundadores do grupo Kraftwerk, pioneiro da música eletrônica.
Entre músicos brasileiros, houve duas perdas grandes por coronavírus. O compositor e escritor Aldir Blanc, autor de músicas como ‘O Bêbado e a Equilibrista’, eternizada por Elis Regina, morreu no dia 4 de maio, aos 73 anos. Um dia depois, o vírus matou Ciro Pessoa, um fundadores da banda Titãs, aos 62 anos. O Brasil ainda perdeu o cantor e compositor brasileiro Moraes Moreira, no dia 13 de abril, aos 72 anos, após sofrer um infarto. Foi um dos integrantes do conjunto Novos Baianos.
Fonte: www.bemparana.com.br
Postado por: Josiel
07/10/2020