Foi-se o tempo em que agência bancária era sinônimo de dinheiro. Pelo menos é nisto o que aposta o Sicredi, instituição financeira cooperativa à frente da Agência Smart, projeto-piloto que realiza transações financeiras sem circulação de papel moeda, cujo projeto será apresentado na sede da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova York, em evento a ser realizado nesta terça-feira (16). O convite parte do fato de o modelo estar alinhado ao que propõem os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da instituição.
Instalada em Cafeara, no interior do Paraná, a agência foi inspirada no conceito cashless cities (cidades sem dinheiro, em tradução livre), aplicado em cidades da China e da Índia, e opera há pouco mais de um ano sem dinheiro em espécie ou cofre, levando serviços bancários para o pequeno município, que conta com pouco mais de 2,5 mil habitantes.
Modelo enxuto e sustentável garante oferta dos serviços
Para solucionar a questão, o Sicredi apostou em um modelo de agência que oferta todos os produtos e serviços da cooperativa, mas que não movimenta nem um centavo em espécie em sua agência física. Nela, os clientes podem abrir a conta corrente, contratar crédito, consórcios, seguros, cartão de crédito e depositar cheques. O pagamento de contas e transferências, por sua vez, são feitos no ambiente online, por meio de aplicativo próprio. Os clientes, inclusive, têm wi-fi liberado e à disposição para tal no interior da agência e também na praça onde ela está instalada, em área cedida pela igreja da cidade.
Construída em contêiner, a agência têm na sua estrutura física outra inovação em relação às instalações bancárias tradicionais. Sistemas de captação de água e de geração de energia fotovoltaica, com produção excedente à necessária para seu funcionamento, são outros diferenciais do projeto.
A meta do Sicredi, agora, é a de expandir o modelo e levá-lo para outras cidades e comunidades brasileiras a partir de 2020. A cooperativa ainda não tem mapeado quantas e onde elas serão instaladas, mas afirma que o foco continuará nas localidades pequenas, que não são assistidas por instituições financeiras, do Paraná e de São Paulo, a princípio.
Fonte: Gazeta do Povo
Postado por: Jefferson Silva
16/07/2019