No dia 8 de agosto, o governo do Paraná encaminhou à Assembleia Legislativa (Alep) um Projeto de Lei 512 que autoriza a transferência para iniciativa privada da Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A (Ferroeste), estatal responsável por 248 quilômetros de ferrovia entre Guarapuava e Cascavel e tem concessão de Dourados (MS) até Paranaguá. Para falar a respeito desta intenção do governo, o secretário da Infraestrutura e Logística do Estado do Paraná, Sandro Alex, participou da reunião das diretorias das Ocepar e Fecoopar nessa quinta-feira (15/08).
O presidente Ricken agradeceu a presença do secretário e disse que o objetivo é ouvir detalhes da proposta do governo para a Ferroeste. “Queremos participar das discussões e contribuir para que o processo aconteça atendendo os interesses das cooperativas e da sociedade paranaense. Precisamos de investimentos, ampliação do atual modal e acreditamos que através da iniciativa privada isso seja possível. Mas queremos ser ouvidos para que o processo seja nos mesmos moldes das concessões das rodovias de pedágio, onde o setor produtivo participou diretamente”, frisou.
O secretário disse que fez questão de vir presencialmente na sede do Sistema Ocepar, pelo respeito que tem ao setor. Lembrou que além de secretário é deputado federal que integra a bancada da Frente Parlamentar do Cooperativismo (Frencoop) e da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
O secretário iniciou sua fala afirmando que a Portos do Paraná, empresa pública que administra os portos de Paranaguá e Antonina, bateu um novo recorde de movimentação em 2023, com 65.393.256 toneladas movimentadas. O número é o maior já alcançado na história da instituição, fundada em 1935. O recorde anterior foi de 58.399.284 toneladas em 2022. “Para ampliarmos este recebimento pelos nosso Portos, precisamos de investimentos, como é o caso do Moegão e na ampliação do modal ferroviário. Nosso objetivo é ampliar o modal ferroviário para transporte de cargas rumo a Paranaguá. Hoje temos 20% do transporte apenas por ferrovia, queremos ampliar esta possibilidade e não depender única e exclusivamente por rodovias rumo ao porto”, frisou Sandro Alex.
“Nossa estratégia é mostrar que a Ferroeste tem potencial. Hoje embarca cerca de 1,5 milhão de toneladas e tem potencial para chegar a 5 milhões de toneladas. Precisamos ter parceiros que invistam” afirmou Sandro Alex. Segundo ele, “o governo do Estado tem interesse que o setor produtivo, que depende de agilidade no transporte de cargas, venha ser atendido com este processo de privatização. Nós não podemos ficar esperando por investimentos para a Ferroeste, precisamos sim ter uma ferrovia moderna e que atenda as atuais necessidades e já pense em ampliações futuras. Se vamos nos conectar na Malha Sul, precisamos de autorização dos deputados. Mas só vamos fazer aquilo que for vantajoso para o Paraná”, frisou. Acompanharam o secretário, o presidente da Ferroeste, André Gonçalves e Gerson Almeida, diretor de Produção da Ferroeste.
A Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A – Ferroeste, foi criada em março de 1988. O Governo do Paraná é o maior acionista desta empresa de sociedade mista. Na época, a concessão era entre Guarapuava (PR) e Dourados (MS). O trecho construído e explorado, no entanto, liga apenas Cascavel a Guarapuava (248 quilômetros). Concebida principalmente para transporte de grãos agrícolas e insumos para plantio, a Ferroeste teve sua construção iniciada em 15 de março de 1991. A obra foi construída pelo governo paranaense em parceria com o Exército Brasileiro e custou US$ 360 milhões, pagos integralmente com recursos do Estado.
Em 1996 a Ferroeste foi concedida para a iniciativa privada. O consórcio vencedor constituiu a Ferrovia Paraná S/A – Ferropar e iniciou suas atividades em 1º de março de 1997. Nos anos seguintes, o consórcio operador do serviço deixou de fazer os investimentos previstos, não cumpriu as metas de transporte e não pagou as parcelas estipuladas no contrato. Em 2006 o Estado retomou de maneira definitiva o controle da empresa.
Em junho de 2020 a Ferroeste foi qualificada no âmbito do Programa de Parcerias de Investimentos (CPPI) do governo federal como projeto apto para a desestatização. O pedido foi feito pelo Governo do Estado e significa apoio técnico regulatório necessário em diversas áreas, da modelagem à atração de investidores.
Fonte: Ocepar
Postado por: Jefferson Silva - Laranjeiras do Sul
19/08/2024