Como parte do trabalho para enfrentar o foco de raiva animal em Ampére, técnicos da Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) capturaram morcegos da espécie hematófagos. Esse tipo do mamífero se alimenta de sangue e ataca outros tipos de animais, como bovinos e equinos. A ação foi na comunidade da Barra do Ampére, próximo ao Rio Ampére, em uma furna cadastrada na Adapar. Um caso de raiva animal foi confirmado no dia 24 deste mês e, por isso, houve a necessidade de várias ações por parte das autoridades.
A médica veterinária Luiza Coutinho, fiscal da Adapar, unidade de Realeza, explicou para as rádios Ampére AM e Interativa FM que foram capturados dois morcegos. “Realizamos esse trabalho na parte da noite para contribuir na contenção desse foco de raiva. Um dos animais será encaminhado para diagnóstico laboratorial. No outro passamos uma pasta vampiricida e ele foi solto para retornar ao abrigo”, informou.
Ela comenta que o uso dessa pasta nesse morcego tem por objetivo realizar o controle populacional de morcegos. “Assim que o animal chega em sua colônia, os outros morcegos acabam lambendo esse material e morrem. Essa é uma técnica para realizar o controle e que ajuda a combater a raiva animal.”
Luiza informa outra ação que está ocorrendo no município. “Uma equipe da Adapar já visitou cerca de 50 propriedades na área próxima ao foco da raiva. Estivemos orientando produtores nas comunidades de Linha Balsa, São Paulo, Floresta, Florestinha e Scariot. Pedimos para que eles vacinem todos os bovinos, equinos, caprinos e ovinos para evitar problemas com a doença.”
Perguntas para os produtores rurais
Além disso, é aplicado em cada propriedade um questionário para saber se teve morte de animal nos últimos 12 meses, sintomas do animal que entrou em óbito e se existe a presença de morcegos no local ou proximidades.
Sinais
A médica veterinária da Adapar, Claudia Gebaraorienta orienta que alguns sinais podem indicar se o animal está sofrendo ataques de morcegos. “É importante observar se os cavalos, as vacas, suínos ou ovinos tem sinais de ataques que podem aparecer no pescoço, embaixo do rabo, ou na veia da teta. Caso confirme isso deve entrar em contato com a Adapar urgente”, falou.
O animal infectado com o vírus pode levar até seis meses para apresentar sintomas, sendo que após isso morre em até 10 dias, porém o período médio é de 90 dias para isso acontecer. A raiva atinge o sistema nervoso do animal, nos bovinos um dos principais sintomas é a paralisia, e em alguns casos ele pode também demonstrar fúria.
Geralmente os primeiros sinais que podem ser observados é o afastamento do animal do resto do rebanho, coceira na região da mordida, perturbação dos sentidos, indiferença, baba espumante e viscosa com sinais de engasgo, movimento desordenado na cabeça, tremores musculares e ranger dos dentes. “Estes são outros sinais que produtor deve ficar atento. Caso apresente estes sintomas não manipular o animal e entrar em contato imediatamente com a Adapar”, ressaltou.
De acordo com Claudia o fator de transmissão foi igual nos dois casos: em locais próximos a rios e cavernas. “Da primeira propriedade a segunda onde foram confirmados os casos, em linha reta são seis quilômetros e tem o rio que margeia uma reserva. Este é o fator de preocupação da gente, porque o morcego procura cavernas onde tem água”, observou.
A médica ressaltou que a vacina é a forma mais eficaz de prevenção contra a doença e as doses são baratas ao produtor. Ele lembra que uma segunda dose dever ser reaplicada após 30 dias da primeira. Podem vacinar animais com idade de 3 meses em diante. “A Adapar está monitorando a situação, já fomos pessoalmente a todas as propriedades vizinhas de onde houve os casos e orientemos os produtores”, ressaltou. ( Por site BEMDITO).
Fonte: Jornal de Beltrão – Site BemDito
Postado por: Jefferson Silva
01/08/2019