O Paraná abriu a semana destacando sua força no agronegócio durante a abertura do 10º Congresso de Sementes das Américas (SAA), realizado nesta segunda-feira (29) em Foz do Iguaçu. O encontro, que segue até 1º de outubro, reúne cerca de 400 especialistas de 18 países para debater os rumos da agricultura diante da necessidade global de produzir mais alimentos de forma sustentável.
Organizado pela Seed Association of the Americas (SAA), em parceria com a Associação Brasileira de Sementes e Mudas (Abrasem), o congresso traz ao Brasil um dos debates mais estratégicos do setor, com foco em inovação, segurança alimentar e preservação ambiental. Além de impulsionar a agricultura, a expectativa é que o evento movimente a economia local e consolide Foz como destino estratégico para negócios ligados ao campo.
Na cerimônia de abertura, o presidente do Conselho da Abrasem, Paulo Pinto de Oliveira Filho, destacou o papel central dos pesquisadores e das novas tecnologias para o futuro do agronegócio. “Estamos antecipando o que vai acontecer nos próximos anos. Precisamos produzir mais, reduzir custos e preservar o meio ambiente. Esse é o grande desafio que será discutido aqui: aumentar a produtividade de maneira sustentável”, afirmou.
Paraná destaca força no agronegócio
O crescimento populacional mundial, que já ultrapassa 8 bilhões de pessoas, aliado ao aumento da demanda por proteína animal na dieta humana, coloca o agronegócio em posição estratégica. Durante a abertura do 10º Congresso de Sementes das Américas, em Foz do Iguaçu, o secretário de Agricultura do Paraná, Marcio Nunes, representando o governador Ratinho Junior, ressaltou o protagonismo do estado.
Atualmente, o Paraná é o maior exportador de peixe e frango do Brasil, o segundo em suínos e o terceiro em bovinos, transformando proteína vegetal em proteína animal para atender mercados globais. “Para sustentar essa posição e impulsionar o setor, é crucial aumentar a produtividade através da adoção de tecnologias. Eventos como este são exemplos valiosos de como unir produção, preservação e recuperação ambiental”, afirmou Nunes.
A agricultura paranaense vive um momento de prosperidade: o estado alcançou um PIB de R$ 800 bilhões, dobrando em sete anos. “É hoje o estado que mais cresceu, se desenvolveu e gerou empregos com carteira assinada no país, sempre alinhado ao compromisso ambiental e ao turismo”.
Já o pesquisador Enilson Nogueira, Analista-chefe da Céleres Consultoria, fez uma apresentação do panorama agrícola, em especial sobre os desafios e oportunidades do mercado de sementes no Brasil. Ele destacou que a soja é o principal produto de exportação brasileira, mas a pauta de exportações brasileiras está cada vez mais diversificada, com itens como carne, produtos de base florestal, como madeira, celulose e café. “Esse movimento fortalece a posição do Brasil como fornecedor confiável de alimentos, mas também evidencia uma vulnerabilidade: a dependência excessiva de três grandes parceiros — China, União Europeia e Estados Unidos. Para o palestrante, diversificar mercados é essencial não só para a segurança comercial do país, mas também para a resiliência frente às tensões geopolíticas”, conclui.
Potência verde
O pesquisador Evaristo de Miranda, desmistificou a ideia de que crescimento agrícola e sustentabilidade são antagônicos no Brasil. Com o título "O Futuro da Agricultura Brasileira é Sustentável", Miranda apresentou um panorama de como o país se consolidou como uma potência verde, conciliando a produção de mais de 350 milhões de toneladas de grãos anuais com a preservação de vastas áreas de biomas.
A pesquisa de Miranda aponta que a agricultura brasileira não só garante que a população se alimente bem e de forma acessível – exemplificado pelo salto do consumo de frango de 3 kg por ano em 1970 para 46 kg em 2024 –, mas também carrega a balança comercial, com exportações que superam os US$ 170 bilhões. “Essa força econômica é acompanhada por um compromisso ambiental notável: 33,2% do território brasileiro é preservado por produtores rurais em propriedades privadas, somando-se a áreas públicas protegidas para atingir cerca de 66% de área conservada do país”, destaque.
Miranda ressaltou ainda a importância da inovação e da tecnologia para essa jornada. “Apesar da dependência externa por insumos como adubos e defensivos, o Brasil avança na busca por uma agricultura eficiente e responsável”, conclui.
Reflexões globais sobre o futuro agrícola
As palestras da tarde mostraram como mercado, políticas e regulações moldam o futuro da agricultura. Representantes da S&P Global destacaram que biocombustíveis e diversificação de culturas vão ganhar força na próxima década.
Sam Crowell (ASTA) alertou que tarifas e tensões comerciais, como as da era Trump, ainda trazem instabilidade ao setor e o Garlich von Essen (Euroseeds) trouxe a visão europeia, marcada pela agenda verde e pela regulação ambiental. Ele ressaltou que União Europeia e Reino Unido mantêm metas comuns mesmo após o Brexit.
A guerra da Ucrânia aproximou a Europa de parceiros pragmáticos na América Latina, o Mercosul e o México foram citados como aliados estratégicos. As falas reforçaram que inovação e sustentabilidade caminham junto com a geopolítica e o futuro agrícola global depende da capacidade de adaptação e cooperação.
Crédito fotográfico: ABRASEM/COPROSSEL
Assessoria de imprensa
SILVANA CANAL MKT
Foz do Iguaçu – Paraná
Fonte: Assessoria de imprensa
Postado por: Jefferson Silva
30/09/2025