De acordo com os dados da Associação Americana de Pediatria a AAP, apresentados no AAP Experience 2021 aponta para um alto percentual de crianças e adolescentes que apresentarão alterações comportamentais e de desenvolvimento nos próximos anos. A pandemia e o isolamento que vieram com ela causou, causaram e causarão sérios danos à saúde mental das crianças. Estou presenciando no consultório casos frequentes de depressão ansiedade, traumas, solidão e suicídios entre jovens, essa realidade tem impactos tão duradouros sobre as famílias sobre a comunidade e sobre todo o futuro que como psicóloga, me impedem de ficar de braços cruzados e trabalhar para que informações cheguem a um maior números de pessoas.
Gostaria de chamar a atenção de como a família pode fazer a diferença no desenvolvimento da patologia ou na sua remissão. Os pais podem influenciar de forma positiva o comportamento infantil apoiando a criança, reconhecendo seus sentimentos e tendo fé na sua capacidade de superação. Não de forma abstrata, e sim literal mudando a forma de abordagem do problema e mudando as ações em resposta ao comportamento da criança.
Destaco alguns pontos para iniciarmos
1. Conheça os sintomas da ansiedade infantil
Antes de qualquer coisa, vale destacar que a ansiedade é, muitas vezes, uma reação totalmente normal do nosso corpo. Trata-se de uma emoção natural frente a situações desafiantes ou perigosas. O problema é quando a ansiedade nas crianças se torna frequente, excessiva e fora de controle — isto é, quando passa a afetar o dia a dia dos pequenos e aparece mesmo quando não há nenhum risco iminente.
Quando isso acontece, a ansiedade se transforma em transtorno, impactando negativamente a vida da criança e das pessoas com quem ela convive. Nesses casos, entre os principais sintomas e sinais, podem estar:
Nem sempre os pequenos sabem comunicar aos adultos suas emoções, por isso, é importante ter atenção em mudanças de hábitos ou comportamentos. Identificar precocemente transtornos e, então, lidar com eles da melhor forma é essencial para evitar repercussões negativas na qualidade de vida e no desenvolvimento.
Depois de saber esses aspectos e identifica-los vamos as estratégias de enfrentamento. Lembrando que precisamos fortalece-los.
5 coisas para não dizer:
2. Apoie em vez de julgar ou reprimir Para ajudá-lo a enfrentar a questão manter as portas do seu relacionamento com ele bem abertas. Assim, nada de ridicularizar suas preocupações, aumentar a cobrança em relação à escola ou punir a criança pela dificuldade de concentração.
Tratamentos de choque para superar o medo também não são recomendados. Até mesmo a demonstração exagerada de preocupação por parte dos pais pode levar a criança a se fechar. No lugar disso, portanto, é importante que os pais se mantenham tranquilos e ajam de modo a mostrar ao filho que há um espaço seguro no relacionamento para que ele expresse suas angústias e aprenda, por meio do diálogo com os adultos, a resolvê-las.
3. Pesquise os motivos por trás da ansiedade
Não é incomum que a ansiedade infantil seja uma reação a situações temporárias de estresse — como a chegada de um novo irmãozinho, a volta as aulas, a separação dos pais, a perda de um ente querido ou a mudança de cidade ou de escola. Nesses casos, fica mais fácil para os pais direcionar esforços, mostrando ao filho como enfrentar aquele desafio específico, sempre por meio de incentivos que estimulem a autoconfiança da criança.
No entanto, se os sinais se tornarem cada vez mais frequentes e intensos, podemos estar diante de um problema que merece mais atenção da família.
São vários aspectos que ainda podem ser citados aqui, porem destaco que os pensamentos negativos automáticos podem bloquear nossa capacidade de ver as coisas com clareza e isso cada vez mais nos empurra para uma baixa autoestima e para relacionamentos disfuncionais.
Evite:
1. Fazer comparações ou críticas.
2. Fazer as tarefas no lugar delas.
3. Relembrar os erros.
Finalmente, é fundamental destacar a importância de procurar ajuda profissional quando a ansiedade na criança estiver comprometendo sua vida e seu relacionamento com outras pessoas, impedindo-a de realizar suas tarefas diárias e de curtir momentos sem preocupação.
se a ansiedade se torna incapacitante, muito frequente ou intensa, pode ser algum transtorno que exige intervenção profissional. E, nesses casos, quanto mais precoce for o tratamento, menos repercussões negativas ocorrerão no desenvolvimento infantil. Então, é importante redobrar a atenção em relação aos sinais físicos, emocionais e comportamentais da criança.
Se você observa sinais que apontam que esse é o caso do seu filho, não hesite em conversar com outros pais e educadores sobre a ansiedade nas crianças, eventualmente buscando o auxílio de um terapeuta infantil, capaz de se aprofundar na questão. Lembre-se de que os pais também não precisam enfrentar mais essa preocupação sozinho.
Créditos: Psicóloga Nezia Santos.
Atendimento com foco em manejo e controle de ansiedade. CRP:08/31716.
Telefone de contato: (42) 99802-5668.
Clique aqui e tenha mais dicas e orientações da Psicóloga Nezia Santos
Clique aqui e visite também o instagram
Confira o áudio desta notícia:
Fonte: Psicóloga Nezia Santos - Jornalismo RCA - Jefferson Silva
Postado por: Jefferson Silva - Laranjeiras do Sul
10/01/2022